Bem, supostamente deveria estar no escritório a trabalhar arduamente. Mas a minha coordenadora parece estar doente (eu cá pessoalmente acho que é residuos da ressaca de sabado...mas mais sobre isso daqui a bocado) e como eu já despachei tudo o que tinha para fazer, tirei o resto do dia.
Na passada sexta-feira, o meu velhote lembrou-se que queria ir experimentar um hotel novo que ( tinha ele ouvido dizer) abriu lá p'rós lados de Gabu.
Gabu fica ali -> Portanto lá abalamos nós após o almoço (sim baldamo-nos ao trabalho na sexta feira á tarde também:p) ao som do Ice Ice Baby do Vanilla Ice a bombar na rádio. O caminho demora cerca de 2h e picos, para viajar cerca de 180km, salvo erro.
Até há relativamente pouco tempo, as estradas eram bastante muito muito extremamente más. Do genero fazeres o caminho todo aos ziguezagues para evitar os buracos enormes que perfuram a estrada que sobrevive desde a epoca colonial. No entanto recentmente a soperficie foi reposta (com fundos da UE) e agora a estrada está excelente.
Nem 15min tinham passado após sairmos da cidade quando somos mandados encostar por um policia numa "operação stop". Muito amigável e jovial o shôr guarda cumprimentou-nos com um aperto de mão vivaço e segui directamente ao assunto: era sexta-feira, e ele precisava do seu "fim de semana"..2000, 1000 CFAs, algo simbolico dizia ele, sem rodeios. O Steve riu se e disse que nós tavamos de serviço. E, surprise!Surprise! Ele não insistiu mais! Mandou nos seguir caminho. Nem pedir documentos nem nada...
Andar de carro pelo mato na guiné é por si só um passatempo. Passas a miaor parte do tempo entre duas muralhas de verde cerrado. Por vezes vislumbras atravês do folhedo colónias de termitas, de terra vermelha, que se elevam geralmente aos 2 e 3 metros de altura. Ocasionamente abre-se uma clareira, e passas por grandes extensões de arrozais de um verde vivo intenso. Á parte das variações de tons de verde (e do vermelho das colónias) há muita pouca cor. Não há quase nenhumas flores. Por vezes vislumbram-se umas flores amarelas pequenas e pouco mais.
Mas a falta de variação da vegetação é contraposta com a multitude de gente. Quase que não há um kilometro que não tenha gente na estrada. Poucos carros. Mas muita gente a pé e de bicicleta. Parece que muita gente do campo migrou para ao pé da estrada, aumentando a concentração populacional á sua beira. E as pessoas parecem muito mais simpáticas. Ao passares pelas tabancas (aldeias) ouves o ocasional grito tipico de "Brâanco!" e as pessoas acenam adeus, esboçando um sorriso.
Entre tudo isto, descobri a razão por qual o conceito dos filmes do Bond é tão completamente espectacular!(o conceito atenção!não necessariamente os filmes)
Chegados a Gabu já de noite (o sol poe se cedo) descobrimos o hotel logo á entrada da cidade. Ainda estava semi em construção, mas já tinha quartos prontos, portanto ficamos. O dono é um caçador francês (que falava uma mistura de crioulo e francês que, estranhamente, até se percebia bem) que começou a construir o hotel em 1996, mas que foi obrigado a abandona-lo em '98 com a guerra civil. Voltou o ano passado e continuo o projecto.
Há que se dizer, que apesar de ainda estar em construção, já estava bastante espectacular e vê-se que tem um grande potencial (esqueci-me de tirar fotos:p).
Manhã seguinte, e fizemos um tour "á Steve" de Gabú. 15min a dar a atavessar a cidade de jipe :p
Apesar de esta ser supostamente a segunda maior cidade do país no momennto, há que se dizer que vimos tudo! Não é lá muito grande, sendo basicamente meia duzia de pequenas "avenidas" rodeadas por bairros.
Aqui sim há umas vistas bastante interessantes.
A cidade encontra-se sobre um pequeno plateau na margem do rio Geba. Tem um porto, construido na epoca colonial, com edificios (algo delapidados) ainda sobreviventes dessa altura. Só consegui tirar uma fotografia da igreja,
e pouco mais, mas se não me engano há mais no Google Earth.
No cimo do plateau há uma pista de aterragem de um antigo aeroporto que não está em uso. Apesar de ter sido construido durante a guerra colonial, e ser meramente uma camada de asfalto (?) de cerca de um ou dois centimetros, colocado directamente em cima do solo, está em estremamente boas condições.
Lá passamos cerca de uma a duas horas a caminhar atrvês de um bairro á beira do rio. Trocando "bons dias" e "como está" a torto e a direito com todos que nos cruzavam o caminho.
Conseguem descobrir a ponte nesta foto?Foi até lá que caminhamos:
E depois de volta a Bissau, já com um bronze á pedreiro, para ir a uma "pool party".
A ASCON é uma empresa de perfuração (que tem o monopólio total do mercado na Guiné e que é portanto bastante bem abastecida), e o dono cedeu a sua piscina para o pessoal das ONGs fazerem festas, aprentemente.
Bem...muita cerveja, genta na piscina (que devia estar a uns bons 40ºC) e uma autentica babilónia com uma boa meia duzia de linguas diferentes a serem faladas. Enough said.;)
Toica, Over and Out.